sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Amor da família é fundamental para desenvolvimento de PCD

Por: Michele Lobo
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Victor e a mãe Cleide Almeida
Cleide Almeida, 43 anos, mãe de Victor, descobriu que seu filho tinha Síndrome Down apenas quando nasceu, na época o pré-natal não era comum como hoje “Não conheci a síndrome com este no nome, naquela época era chamado de ‘Mongolóide’, um termo bem pesado, foi um choque quando eu soube, eu era nova com 20 anos, não esperava”, recordou.

Na época, Cleide não sabia o que fazer, mas sabia que acharia a melhor maneira de ser a mãe do jovem talentoso. Ao se informar com assistentes sociais e psicólogas passou a desenvolver seu método de cuidado com Victor, aos poucos foi aprendendo a educá-lo e  a criar maneiras para que ele se desenvolvesse. “Uma das primeiras coisas que lembro que a psicóloga falou foi para não fazer dele um coitadinho, que ele tinha que se desenvolver, que era capaz”, explicou.

Cleide foi percebendo que o conselho da psicóloga era fundamental e desde pequeno incentivou seu filho em estar em constante aprendizado. Desde cedo, Victor é destaque em todos os lugares que frequenta. É educado e comunicativo, além de empenhar-se ao máximo em suas obrigações.

Mãe solteira desde os seis meses de gestação, a jovem se esforçou para criar seu filho da melhor maneira possível, tornou-se autônoma para dar a atenção que ele merecia. “Não é um bicho de sete cabeças, mas quem nunca se envolveu com um PCD se assusta com a ideia no início. Hoje todo mundo ama o Victor e a cada dia nos surpreendemos. Ele é cheio de surpresas”, contou.




Cleide acha seu filho descolado. “Victor sempre tem que fazer piadas das coisas, ele é muito palhaço, é de família. Aprendo muito mais com ele do que ele comigo, ele não tem maldade, não guarda rancor é muito alegre, carinhoso e faz a gente pensar sobre vida. Eu aprendi a ser forte, era praticamente uma adolescente quando meu filho nasceu”, comemorou Cleide.

Para Cleide, a participação de Victor nas Olímpiadas é um orgulho. “Ele demonstra bastante interesse com este curso, na verdade, tudo que eu coloco ele quer se envolver. Ele mergulha", orgulhou-se.

Victor sempre pediu um pai à mãe, o Senai contribuiu com isso. Em um curso de Corte e Costura, Cleide conheceu Eduardo Alves, 41 anos. Há quase um ano os dois estão juntos e sonhando os sonhos de Victor. “A Cleide e o Victor me ajudaram a encontrar o chão. Hoje quando perguntam a ele quem eu sou, ele diz que sou seu pai Edu e eu me considero pai dele. Faço de tudo para que ele tenha um crescimento como pessoa”, relatou Eduardo.




Eduardo também se tornou autônomo, ele que leva e busca o filho ao Senai e em outras atividades quando a mãe não pode. “É complicado uma  pessoa que possui um trabalho regular cuidar de um PCD, gosto da nossa rotina. Victor sempre causa uma boa impressão nas pessoas. É educado, extrovertido, comunicativo. Ele tem tudo para ser alguém na vida, como ele fala. É um orgulho saber que o nosso filho vai representar o Pará nas Olimpíadas do Conhecimento em Brasília”, orgulhou-se. 

"O Victor é um vencedor. Ele tem problema de audição, ele tem problema na vista, mas mesmo assim ele passa o dia lendo, ele se esforça para conhecer coisas novas, adora vim fazer o curso do Senai e está determinado para a Olimpíada do Conhecimento. Espero que ele faça um bom trabalho e quem sabe, no futuro próximo nós possamos abrir a Padaria 'Pão do Victor' para alegrar ele e os clientes que vão comer o pão feito por ele", completou Eduardo.
                                       
                                 







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