terça-feira, 9 de outubro de 2018

Reluz

"Entre as diversas formas de economia criativa, a produção da biojoia está conquistando outras fronteiras. Em reportagem especial, as fases da cadeia produtiva ficaram evidentes. O talento e conhecimento indispensável de artesãos, lapidários, ourives e designers puderam ser descobertos, sem eles, a Biojoia não seria um diferencial, nem de beleza e nem de qualidade, para o mercado de luxo."


A Amazônia deslumbra o mundo. Seus encantos, cores, formas, comida, música, arte ainda é um diferencial aos estrangeiros. Entre todos esses encantos, as joias paraenses vêm tomando um espaço significativo no mercado de luxo. Mais do que metais nobres, as joias carregam consigo a cultura da Amazônia. São peças produzidas com a combinação de elementos naturais, agregando-se, em diferentes proporções, metais nobres, pedras preciosas e semipreciosas.

O cuidado de cada um que faz parte da cadeia produtiva é de valorizar a cultura da região, reaproveitando da natureza o que seria descartado. A biojoia paraense também fortalece a mineração do estado, que é sua grande fornecedora. Fortalecimento com criatividade e toque especial da cultura da região norte vem destacando o Pará. Nos últimos anos empresários paraenses fazem exposições em vários países do mundo.

O programa Polo Joalheiro, criado desde 1998, criou novas expectativas no setor joalheiro do Pará, a partir das políticas públicas estaduais que injeta por ano mais de 3 milhões de reais, para fomentar o mercado. O setor é concentrado desde 2002, no espaço São José Liberto, antigo presídio, nele há a loja Universal que oferece um espaço tanto para trabalhar em projetos individuais, quanto para prestação de serviços de ourives, lapidários e outros.

A diretora executiva do Espaço São José Liberto e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), Rosa Helena, destaca o compromisso que os profissionais que integram o programa Polo Joalheiro possuem pela a preservação da cultura amazônica paraense e da preservação da biodiversidade. “Antes de eles pensarem no consumo, ele divulgam a nossa cultura do nosso estado, eles são elementos que fazem essa difusão, outra ponto que destaco é a qualidade e dedicação de cada profissional, são talentosos, estão sempre se capacitando. Isso faz com o produto que eles elaboram são de qualidade”, orgulhou-se.

Para José Fernando Gomes Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), a arte das joias do Pará e suas características da Amazônia é um motivo de orgulho. "Como paraense que sou o destaque das joias me enche de orgulho e aumenta a nossa obrigação com estado e com a população, para que cada vez mais a gente mostre essa arte da Amazônia. Lá em Tucumã se faz joias paraenses e a Jequiti do Silvio Santos compra para vender para todo o Brasil. Para mim é um motivo de muito orgulho, por compreender o setor, mas também como paraense que sou", orgulhou-se.

Segundo José Junior, a mineração, é o segundo elo da cadeia produtiva das joias. O primeiro elo é o da pesquisa, em que geólogos pesquisam e fazem descobertas minerais. A cada mil pesquisas uma pode se tornar uma mina, para que se possa tirar produto, ouro, níquel, ouro e ferro.

“Hoje, o Pará tem um planejamento estratégico até 2030 e as empresas devem cumprir um protocolo intenso do Estado do Pará, que devem disponibilizar um porcentual da sua produção para os artesãos para incentivar cada vez mais produzir as joias e biojoias do Polo Joalheiro e outros empreendimentos do estado”, comemorou o presidente da Simineral.

As joias paraenses também contam com apoio de programa de Internacionalização de Pequenas e Microempresas do Sebrae, em parceria com o Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiepa, a unidade de atendimento no Pará da Apex-Brasil e o Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos (IBGM).




Para participar do Programa, qualquer profissional deve fazer um cadastro junto ao Polo Joalheiro. E partir daí profissionais do setor começam a ter acesso a todos os benefícios do programa, entre cursos, espaço, exposições, feiras. Porém o programa exige desses profissionais que a produção seja local, agregando o artesanal-industrial e que usem um design inspirado na cultura da Amazônia.

O espaço oferece oportunidades tanto para trabalhar em projetos individuais quanto para prestação de serviços de ourives, lapidários e outros, e por fim para a comercialização. São 44 profissionais que usam o espaço.


Cada profissional tem um contrato de consignação com o Igama. No caso das joias vendidas, 25% ficam com o Igama e do artesanato, 30%. O dinheiro que fica com o Igama acaba voltando pra os profissionais, na forma de manutenção do espaço e para trazer novos cursos. Anualmente o programa atende em média 1200 pessoas com o objetivo de que esses novos empreendedores se tornem empresários do setor.



Veja histórias de alguns profissionais da cadeia produtiva