sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Inclusão: indústria investe em sonhos

Por: Daniele Maciel

A séria de reportagem mostra a indústria como fonte de inclusão social. Em reportagem especial, as histórias de superações de Pessoas com Deficiência junto à cooperação da indústria, por meio do seu núcleo de capacitação, Senai, mostra a importância da inclusão na sociedade.   Outro exemplo é o deficiente visual, Mellyng Quemel, que após um curso de informática para cegos, do  SENAI  aprendeu a viver a partir dos outros sentidos.
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O mercado de trabalho é fundamental para inclusão de Pessoas com Deficiência (PcD), não apenas para elas, mas também para empresas, instituições e sociedade no geral. A inclusão de profissionais no ambiente de trabalho cria oportunidades das empresas criarem novos negócios e possibilita mudança de vida para as PcD's. 

O compromisso de capacitar pessoas para o mercado de trabalho, por acreditar no potencial de cada um é realizado há seis décadas. É através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que homens e mulheres, sendo eles pessoas com deficiências (PCD’s) ou não, encontram a possibilidade de ser protagonista da sua história, por meio dos mais de 240 cursos de formação profissional oferecidos pela entidade.
 Fonte: SENAI

A procura pelos cursos aumenta a cada ano. Em 2015, o número de pessoas que se declaram com deficiência correspondeu a mais de 500 inscritos. Quantitativo cresce desde 2009, com a implantação do programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI)  no Pará.  Ao longo desses oitos anos cerca de 2.600 pessoas com deficiência intelectual, visual, auditiva, física e múltipla, realizaram alguma capacitação profissional. O programa foi criando para estimular as pessoas com deficiência, contribuindo para que as empresas possam cumprir as cotas estabelecidas na Lei Federal nº 8.213/91, chamadas “Lei de Cotas”, que determina a contratação de funcionários e aprendizes com deficiência.



A aceitação dos cursos se dá pela parceria com todas as entidades que trabalham com pessoas com deficiência firmada pelo SENAI chamado de Grupo de Apoio Local. Entre os parceiros estão a Fundação Pestalozzi, Abrigo Especial Calabriano e COEES. Os cursos de Informática para Cegos e o de Panificação, estão entre os mais procurados. Segundo a gestora de Responsabilidade Socioambiental, Flora Barbosa, não há impedimento para realização da capacitação. Cada um deve avaliar o seu potencial. “Só as pessoas com deficiência vão saber o potencial delas, o que ela pode ou não pode fazer. Não somos nós que vamos julgar isso. A gente só dá a abertura e facilita o acesso, em todas as questões: metodológica, didática do material adequado, as próprias máquinas e equipamentos, se for o caso a gente faz adequações”, disse.







Superação é a palavra de ordem na vida das pessoas com deficiência. Superam limites e preconceitos. Após participar do curso de Informática para cegos Melhym Quemel, deu um novo rumo a sua vida. A transformação teve início após o curso de informática iniciado em 2013, de lá pra cá muita coisa mudou, e para melhor. Para Flora Barbosa, superar é uma busca incessante das pessoas com deficiência. “As pessoas com deficiência têm essa necessidade de superar, de mostrar o tempo todo, seja pra conseguir um bom emprego, um bom cargo, uma boa posição. Elas têm que estar provando o tempo todo que podem. Já tem o hábito de superar”, destacou. Com alegria pontuou ainda a capacidade que eles têm de estimular os demais colegas de turma ditos normais. 



Para informar as empresas da quantidade de pessoas capacitadas e que podem ser absorvidas pelo mercado de trabalho, o SENAI desenvolveu um projeto que oferece consultorias para as empresas. A consultoria é uma via de mão dupla, cuja finalidade é atender tanto as empresas que necessitam de profissionais, quanto o direcionamento do profissional para o mercado de trabalho. O serviço prestado facilita o entendimento das empresas ao admitir um funcionário, uma vez que muitas têm receio de comprometer o próprio funcionário recém-admitido.


Com a realização dos cursos o empreendedor que estava adormecido desperta e vira a página para começar uma nova história de vida. É assim que se sentem as pessoas que são capacitadas pela entidade, com o desejo de montar o seu próprio negócio, por exemplo, uma  panificadora. Sonhos que devem ser transformado em realidade por centenas de Joãos, de Marias, de Victores, de Raimundas, e tantos outros. De acordo com a gestora, todos independente da condição profissional podem apostar no ser empreendedor. “O empreendedorismo é a bola de vez. Todos nós temos que ser”, destacou Flora Barbosa.



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